CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

3º Dia do Curso Bíblico, com o Prof.: Eraldo e sua esposa Cleusa.





Mais um grande dia para nós...hoje tivemos a participação do Prof. Eraldo e sua esposa Cleusa, vieram da cidade de Registro, dentre tantas atribuições na diocese, ele é Ministro da palavra e participa da Cordenação Diocesana.
Uma noite de ótima esplanação , nos mostrando o Novo testamento, "clareando" nossa mente para o face de Deus, através de seu filho Jesus.
Segue os tópicos.
Os evangelhos não são uma biografia da vida de Jesus, mas o anúncio da mensagem com que Cristo procura provocar uma tomada de decisão.
Para os judeus, os apóstolos tentaram mostrar que Jesus é o Messias anunciado pelos profetas e esperado durante muito tempo pelo povo como o Salvador.
Os escritos do NT não podem ser separados das origens e da evolução teológica das comunidades cristãs primitivas. Antes dos Evangelhos escritos (70 a 110 dC), 1 Ts (50 dC) existiu o Evangelho oral da pregação missionária e do culto comunitário. No cristianismo primitivo o Espírito Santo realiza um progressivo aprofundamento da verdade divina. No cristianismo primitivo existe uma época de Marcos e uma época de João. Entre os dois decorre um longo período de evolução religiosa que não foi isenta de perturbações (heresias). No cristianismo primitivo o Espírito Santo realiza um progressivo aprofundamento da verdade divina. (Jo 16, 12-15)
Os evangelistas não eram teólogos, mas pessoas simples; dirigiam suas mensagens a comunidades bem definidas, judeo-cristãs, ou pagão-cristãs e era preciso respeitar a forma pré-literária das tradições sobre Jesus, que se tinham formado na fé, no culto, na devoção a Cristo e na consciência religiosa de cada comunidade.
Exemplo: O evangelista que tivesse escrito o texto do discurso de Cristo na última ceia, completamente diferente da veneranda tradição transmitida na celebração eucarística da comunidade a que se dirigia, teria ofendido os fiéis e a sua mensagem teria sido em vão.
Diz a Instrução da Pontifícia Comissão para os Estudos Bíblicos de 21/4/64: De fato, podem distinguir-se na pregação, tendo por tema Cristo: catequese, narrações, testemunhos, livros, doxologias, orações e outras formas literárias semelhantes que aparecem na Sagrada Escritura e estavam em uso entre os homens daquele tempo.
Na sua qualidade de escritores e de homens, os evangelistas não redigiram os seus Evangelhos sem uma participação religiosa. O entusiasmo por Cristo ressuscitado constituiu o meio pelo qual Deus queria que a mensagem de Cristo se propagasse e tomasse a sua configuração literária com um acento muito particular. Na inspiração do Espírito Santo, de que Cristo falou aos seus discípulos, que “vos recordará tudo o que Eu vos disse” (Jô 14,26) e “guiar-vos-á para a verdade total” (Jo 16,13); podemos destacar quatro aspectos que cooperaram na redação escrita da boa Nova:

1º - A vida e mensagem do Jesus histórico.
2º - A pregação apostólica das testemunhas oculares.
3º - A fé, Liturgia e memórias religiosas das comunidades primitivas.
4º - Autor inspirado.
e para encerrarmos essa primeira parte, leiamos a carta de Paulo aos Filipenses 2,5-11 um texto cristológico. ( Dic Bíblico pág.483 sobre Jesus Cristo.)
Para a segunda parte proposta para refletirmos: A IMPORTÂNCIA DO NOVO TESTAMENTO PARA NÓS HOJE. Reflitamos.
- o NT nos apresenta o Cristo, crucificado e ressuscitado (Rm 6,6-10)
- o Cristo nos veio pela fé que recebemos pela graça de Deus através de nossos pais, família, convivência, catequese etc.etc.
- Ele nos disse ser O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA (Jo 14,6)
* Caminho – Jesus diz ser o caminho ou a porta estreita que conduz à vida, enquanto que a porta larga ou o caminho espaçoso fora de Jesus, conduz à perdição. Andar com Ele; ouvi-lo (como os discípulos de Emaus) e Ele nos fala através das escrituras todos os dias, nos mostrando como devemos proceder nas mais diversas ocasiões, como verdadeiros discípulos, que pretendem seguir o Mestre. Podemos destacar, por exemplo, em Mt 5- 7 e 25,31-40) Jesus nos ensinando o caminho que devemos seguir. Verdade – aquilo ou aquele em que se pode crer; a base sobre a qual se fundamente a fé, é a solidez do objeto, ou melhor, a sua realidade; ela é constante e imutável e não cai quando é submetida à prova ou pressão. Daí poder-se confiar nela; não falhará à confiança que se põe nela. Poderíamos dizer que verdade é a realidade de Deus revelada no Cristo Jesus. Quando confrontamos o que o mundo nos apresenta, o que nossos desejos exigem, com a proposta de Jesus; verificamos que realmente a porta é estreita; a porta larga é bem mais fácil; mas, temos que escolher; o seu ensinamento é a verdade que nos vai libertar, nos tornar alegres e felizes interior e exteriormente.
* Vida – a vida vem de acréscimo quando se segue à proposta de Jesus, pois Ele é a vida; a vida vivida neste mundo doando-se pelos irmãos e a vida plena na eternidade junto a Deus se complementam ou se completam. Quando Jesus diz: “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância.” (citação ) quer dizer que todos os que o seguirem terão a oportunidade de ter a vida em plenitude, aqui, com a vida em fraternidade e depois a vida com Cristo.
Finalizando, poderíamos dizer que temos, como cristãos, a responsabilidade de viver de acordo com a proposta de vida que Jesus nos dá; é claro que somos fracos e falhamos, mas sabendo disso Jesus nos mostrou a misericórdia do Pai; basta arrepender-nos e voltarmos para ele. Acho que como verdadeiros discípulos de Cristo temos muito a melhorar lendo, meditando e vivendo na prática a palavra de Deus. Quem sabe, um dia, poderão dizer dos cristãos modernos algo semelhante ao que diziam dos primeiros cristãos além das referências de Lucas em Atos. (At 2,42-47; 4,32-35; 5,12-14)
Carta a Diogneto: Esta carta é um dos mais antigos documentos do século II dC ; de um autor anônimo, que se dirige a um pagão de alta categoria para valorizar a vida dos cristãos. Eis um trecho dela:
“Os cristãos residem em sua própria pátria, mas como residentes estrangeiros. Cumprem todos os seus deveres de cidadãos e suportam todas as suas obrigações, mas de tudo desprendidos, como estrangeiros... Obedecem às leis estabelecidas, e sua maneira de viver vai muito além das leis... Tão nobre é o posto que lhes foi por Deus outorgado, que não lhes é permitido desertar.
Os cristãos não diferem dos demais homens pela terra, pela língua, ou pelos costumes. Não habitam cidades próprias, não se distinguem por idiomas estranhos, não levam vida extraordinária. Além disso, sua doutrina não encontraram em pensamento ou cogitação de homens desorientados. Também não patrocinam, como fazem alguns, dogmas humanos... Qualquer terra estranha é pátria para eles; qualquer pátria, terra estranha. Tem a mesa em comum, não o leito. Vivendo na carne, não vivem segundo a carne. Na terra vivem participando da cidadania do céu. Obedecem às leis, mas as ultrapassam em sua vida. Amam a todos, sendo por todos perseguidos... E quando entregues à morte, recebem a vida. Na pobreza enriquecem a muitos; desprovidos de tudo, sobram-lhes os bens. São desprezados, mas no meio das desonras, sentem-se glorificados. Difamados, mas justos; ultrajados, mas benditos, injuriados prestam honra.
Fazendo o bem são punidos como malfeitores; castigados, rejubilam-se como revivificados. Os judeus hostilizam-nos como alienígenas; os gregos os perseguem, mas nenhum de seus inimigos pode dizer a causa de seu ódio. Para resumir, numa palavra, o que é alma no corpo, são os cristãos no mundo: como por todos os membros do corpo está difundida a alma, assim os cristãos, por todas as cidades do universo.”
Documento de Aristides de Atenas (+ 130) para o imperador Adriano (117-138) general que sucedeu o imperador Trajano em 117 dC
"Os cristãos, ó rei, vagando e buscando, acharam a verdade conforme pudemos achar em seus livros, estão mais próximos que os outros povos da verdade e do conhecimento certo, pois crêem no Deus criador do céu e da terra, naquele em quem tudo é e de quem tudo procede, que não tem outro Deus por companheiro e do qual eles mesmos receberam os preceitos que guardam no coração, com a esperança e expectativa do século futuro.
Por isso, não cometem adultério, não praticam a fornicação, não levantam falso testemunho, não recusam devolver um depósito, não se apropriam do que não lhes pertence. Honram pai e mãe, fazem bem ao próximo e, quando em juízo, julgam com equidade. Não adoram ídolos – semelhantes aos homens. O que não desejam que lhes façam os outros, não o fazem também; não comem alimentos de sacrifícios idolátricos, pois são puros. Exortam os que os afligem, a fim de faze-los amigos. Suas mulheres, ó rei, são puras como virgens, suas filhas são modestas. Seus homens se abstém de toda união ilegítima e da impureza, esperando a retribuição que terão

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